Investir com consciência e segurança

2025-09-25

Vivemos num mundo onde, com um simples deslizar de dedo, somos bombardeados com informações, conselhos e, muitas vezes, ilusões sobre dinheiro e investimentos “milagrosos”. A Semana Mundial do Investidor, iniciativa global promovida pela IOSCO (Organização Internacional das Comissões de Valores) e pela CMVM (Comissão do Mercado de Valores Mobiliários), surge como uma oportunidade para destacar a importância da educação financeira e da proteção do investidor.

Em Portugal, a iniciativa conta com o apoio de entidades como a DECO e o Banco de Portugal, que se unem para levar aos jovens e à comunidade escolar ferramentas práticas para tomarem decisões financeiras mais conscientes, seguras e responsáveis.

Um dos primeiros conceitos a serem destacados nesta semana é a diferença entre poupar e investir. Poupar consiste em reservar parte dos rendimentos em locais seguros, como contas bancárias, garantindo estabilidade e proteção para imprevistos. Investir, por sua vez, implica aplicar capital em diferentes produtos financeiros, com a expectativa de obter ganhos, sempre consciente do risco associado.

Compreender esta diferença é imprescindível para uma tomada de decisão financeira informada e responsável, especialmente num contexto em que o desconhecimento pode traduzir-se em perdas significativas.

Atualmente, vivemos numa era digital onde as redes sociais desempenham um papel cada vez mais relevante, especialmente na forma como os jovens consomem informação. Entre os fenómenos mais recentes, destacam-se os finfluencers. Estes são pessoas que utilizam as suas contas pessoais nas redes sociais, websites e podcasts para divulgar conteúdos sobre temas financeiros. Embora possam desempenhar um papel positivo ao despertar o interesse por estes temas, é, igualmente, necessário alertar para a falta de regulação, para as recomendações, que podem não se aplicar a todas as situações individuais, para a promoção de produtos financeiros com interesse próprio e para esquemas fraudulentos e promessas de “dinheiro fácil”. A CMVM, através do Portal do Investidor, tem vindo a reforçar a importância de uma análise crítica e da verificação de fontes antes de seguir conselhos financeiros encontrados online.
este modo, promessas de “ganhos fáceis” e de “retornos garantidos” devem ser encaradas com a máxima cautela. A verificação prévia das entidades junto da CMVM, do Banco de Portugal ou da ASF- Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões é um passo importante para evitar situações de fraude ou perda financeira.

Além disso, as criptomoedas têm ganho popularidade entre os jovens. Contudo, estes ativos virtuais, que utilizam a tecnologia blockchain para garantir transações seguras e transparentes, não têm enquadramento legal, têm uma elevada volatilidade, ausência de regulação robusta e possibilidade de perdas significativas.

Em suma, a crescente utilização de plataformas digitais de investimento exige uma atenção redobrada, quanto à sua legitimidade e segurança. Nem todas estão registadas ou autorizadas a operar em Portugal. Por isso, é fundamental verificar a sua credibilidade e registo junto das autoridades competentes. A DECO tem defendido um reforço da regulação e supervisão destas plataformas, procurando garantir maior proteção aos consumidores e investidores.

Investir de forma consciente e segura requer a adoção de boas práticas, entre as quais:
•    Investir apenas o que podemos perder.
•    Diversificar investimentos.
•    Pesquisar várias fontes.
•    Utilizar plataformas seguras e regulamentadas
•    Evitar decisões impulsivas baseadas em especulação
 
A Semana Mundial do Investidor 2025 constitui uma oportunidade para refletir sobre estas questões e para que jovens e professores possam explorar ferramentas que lhes permitam preparar melhor o futuro financeiro.

Poupar e investir são ferramentas poderosas, usa-as de forma consciente!